O casal perfeito

16:50


lua casal junto rua a noite

O casal perfeito. Quem os visse juntos, rodopiando sob a luz da lua acompanhando a melodia de pensamentos, jamais saberia como eram separados.
Quem visse, na noite, o cavalheiro pegar a dama nos braços e fazê-la rir desconsertada, seria incapaz de desviar os olhos.
No entanto, quando virava dia, o conto de fadas acabava. Não eram mais os mesmos, não estavam mais juntos. Inexplicável.
Então você e todos os outros os julgariam, apontariam dedos e diriam sobre suas vidas infames e desapegos.
Mas, se não soubessem seus nomes e rostos, ali, na noite, seriam dignos de uma história proibida. Um perfeito casal apaixonado.
Sim, eu disse apaixonado. Não era amor. Não há uma só razão para justificar todas as tentativas de futuro falhas. Fato é, apenas, que nunca daria certo.
A sensação inebriante se escondia no escuro, morava na murmuração incerta e tinha fim às claras. Era um tipo de paixão incontida, mas não chegava a ser amor.
Não havia cumplicidade, não havia olhos nos olhos ou qualquer clichê. Era apenas uma mentira tão bem contada que se disfarçava de verdade. Nada mais que promessas, nada mais que um pequeno respiro em falso ar.
Estavam presos em um ciclo vicioso de quem não conhece nada melhor, presos em uma obsessão sem nexo. Ainda assim, eram livres.
O enfadonho dos ciclos, no entanto, é que se acabam. Essa autora não arrisca escrever um fim bem como não houve um começo. O casal perfeito ainda rodopia e ri à luz do luar em algum lugar do passado, só não mais hoje.
Ah, não fique triste. Eles mesmos já sabiam o quanto duraria e escolheram viver.  Só mais uma noite ou quantas se arrastassem. Apenas momentos e lembranças porque não era amor, nunca seria entre eles.  

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