Como eu era antes de você aos olhos do Mentes Reticentes
17:26
Há um tempo atrás vi uma
mulher que não tirava a atenção sobre um livro e fiquei curiosa. Na poltrona ao
lado, no voo com destino à Natal, ela virava as páginas incessantemente. Eu,
discreta que sou, estiquei os olhos e vi o nome. Confesso que só não o li ainda
por falta de tempo. E sabe qual era o livro? Como eu era antes de você.
Uns meses depois vi o
trailer na minha timeline do facebook. Tive certeza que o livro deveria ser
ótimo, então, enquanto meu pouco tempo me deixa limitada, esperei pela estreia
do filme.
No domingo retrasado fui
ao Shopping Iguatemi já pensando em assisti-lo. Não sei como é o livro por
enquanto, mas o filme homônimo é maravilhoso. A linda jornalista e escritora
Jojo Moyes ganhou créditos comigo e já vou adicioná-la à minha grande lista de
“livros que eu preciso ler”. (Vocês tem uma lista assim também?) Vi inclusive,
que há continuação. O livro chama-se "Depois de Você". E também está
na minha listinha.
Eu não acredito que o filme seja
exatamente igual ao livro, mas com certeza o achei comovente, romântico e com
lindas lições a serem aprendidas por todos nós.
Chorei horrores e posso confessar que
meu noivo durão também. (Tomara que ele não leia isso). Mas o fato é que o filme
é muito bonito e os autores são sensacionais (spoilers a seguir, se não quiser
não leia).
Uma mistura de drama e comédia. Quem
rouba a cena é a atriz Emilia Clarke (da série "Game of thrones") que
interpreta Louisa, uma jovem que sem emprego, opta por ser cuidadora e acaba
contratada por uma família rica para cuidar de Will (Sam Claflin, de
"Jogos vorazes"), que sofreu uma lesão medular grave e ficou
tetraplégico.
Louisa aparece com um figurino completamente fora de qualquer
padrão seja aqui, na Inglaterra ou qualquer outro país. É extremamente alegre,
cativante e bondosa, com um ar até infantil as vezes, mas infantil de um jeito
meigo.
A cuidadora não é bem aceita por Will e isso a faz
entristecer, mas ela não desiste já que precisa do emprego. E ao longo de seis
meses, Louisa conquista Will e os dois acabam se apaixonando.
Mas, nem mesmo esse amor consegue levar totalmente a tristeza
de Will. Os pais Steven Traynor (Charles Dance) e Camilla (Janet Mc
Teer) tentam melhorar a situação do filho e no entanto, nada parece adiantar.
Will sente dores todos os dias, fica quase sempre doente e afasta as pessoas
por não querer ser um peso na vida delas. Para um rapaz cheio de energia, ficar
limitado à uma cadeira de rodas não é nada fácil. O que ele mais quer é
sentir-se capaz.
Dentre
todas as cenas mais bonitas é difícil escolher uma, mas eu gostei de duas em
especial. A primeira foi a cena em que Lou dança com Will no casamento da ex
dele com o amigo, ela rodopia em sua cadeira e riem como se não existisse nada
mais. E, em segundo lugar, (e acredito que seja a que mais me marcou) foi aquela
saindo do concerto, ao qual Louisa insistiu que Will a levasse. Eles estão no
carro, em frente à casa de Will e ele diz que não quer descer do carro, talvez
não com estas palavras, mas mantendo o sentido: “Quero ser um homem que levou
uma dama de vestido vermelho ao conserto só por uma noite”.
Acho que
a partir daí entendemos o sofrimento do jovem. E em todas as lições a serem
listadas aqui estão as que eu acho mais importantes:
- Nós podemos nos apaixonar por qualquer pessoa
por suas qualidades e também por suas limitações;
- Temos que aprender a ver a felicidade nos
olhos de outro ser e não somente em benefício de si mesmo;
- Nós somos seres humanos e, orgulhosos ou não,
queremos ser autossuficientes.
Li algumas críticas depois de assistir “Como
eu era antes de você” e entre algumas que falavam sobre o clichê típico de
filmes românticos, descartei todas e fiquei um pouco chocada para definir ao
certo, com a principal reação negativa do público que foi sobre o elenco.
A crítica é que o personagem Will
interpretado por Sam Clafin, deveria ter sido interpretado por um deficiente
físico real, e que a história incentiva a eutanásia. Sei que a opinião de todos
que assistiram tem que ser levada em consideração, porém, a minha é diferente.
A autora britânica Jojo Moyes relatou
que se
inspirou na história real de um jogador de rugby que escolheu se matar com a
ajuda da organização Dignitas e que "Nós somos uma sociedade que julga
muito e você nunca sabe realmente o que se passa na mente de alguém ou quais
experiências ela teve para tomar essa decisão".
Eu a apoio e deixo claro que não, eu não sou a favor de que
as pessoas escolham quando vão ou não deixar de viver, mas acredito que elas
tem esse direito. Jojo tentou descrever a vida real, bem como ela é, com seus
altos e baixos. Haviam dias felizes e dias tristes na vida de Will, e ele ao
pensar que seria também um peso para a amada Lou, por convivência ou não como
estão também criticando, optou por deixá-la livre.
Novamente em contradição: não, as pessoas deficientes não são
um peso na vida das outras. Mas elas tem direitos, e se você pensa que não tem,
você sim é o preconceituoso. Conheço pessoas deficientes que são muito mais
felizes do que muitas outras que se dizem “perfeitas”. Algumas delas, ao
contrário de muitos de nós, sabem que presente é a chance de se estar vivo. Ter
alguém que nos cuida não é fraqueza, é amor. Amor é para mim, para os
deficientes e para você.
5 comentários
Preciso assistir esse filme! Os dois livros da JOJO também estão na minha listinha dos "livros que preciso ler"! <3
ResponderExcluirNão vejo a hora de poder ler tb. *---*
ExcluirNão vejo a hora de poder ler tb. *---*
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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