Depois de você - Medo e culpa
12:01
Eu li vários livros
neste último mês, mas vou começar não pela resenha, e sim pela minha reflexão sobre
o último livro escolhido para a leitura. E porque não seguir a ordem pela qual
decidi lê-los? Acho que não há uma resposta certa, creio apenas que a
problemática dos personagens em questão tenha chegado mais próximo de mim no
momento.
O livro se chama “Depois
de você” e é a continuação que a escritora Jojo Moyes deu ao, romance adorado
que virou filme, “Como eu era antes de você”. Lembrando que você encontra a
resenha deste primeiro aqui.
Lou Clark é novamente a
protagonista e, depois de ter perdido Will, sua vida sofre várias reviravoltas.
Mas, ao contrário do que podemos pensar, não são as reviravoltas que impedem
Lou de seguir em frente. A única que pode escolher seguir ou estagnar é ela
mesma. Seu medo e culpa fazem com que se feche a novas oportunidades.
Eu ainda não terminei de
ler, mas com certeza terminarei antes do fim desse mês. E onde parei, posso
afirmar que Lou tem um emprego do qual não gosta, mora em um lugar do qual não
gosta e se sente sozinha. No entanto, quando tem uma nova oportunidade de
emprego que a fará se mudar e começar uma carreira de verdade, ela não quer
aceitar e de fato, não aceita. É seu medo falando mais alto.
Quanto a culpa, ela se
sente sozinha e, obrigada pelos pais, frequenta um grupo de luto no qual
conhece alguém que realmente a faz se sentir bem novamente, alguém com quem
pode conversar e ser a garota que havia ficado para trás anos antes. No
entanto, quando está com ele, se lembra de Will. E, em determinado momento,
chega a ter a sensação de estar traindo alguém. Alguém que ela não sabe bem se
é Will ou o seu novo companheiro.
Como a personagem
Francesca, do livro “O conde enfeitiçado” da autora Julia Quinn, (que você
encontra a resenha que fiz aqui )
ela sofre uma perda e tem que aceitar que fez tudo o que pode. Tem que aceitar
que a morte não é sua culpa e que continuar vivendo, da melhor maneira
possível, é a única forma de dar sentido a tudo que aquele que tanto amou fez
antes de partir.
Se a vida é realmente
tão curta e inesperada quanto Lou e Francesca percebem, é preciso encontrar paz
nos desaventos. Agarrar oportunidades, apesar dos nossos medos, sem pensar na
culpa pelo que não deu certo e pelo que ainda pode dar errado. Se não
controlamos o fim de nossas histórias, que também não sejamos controlados por
ele.
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