O cair das máscaras
02:41
Falou fevereiro é impossível não lembrar do carnaval. A palavrinha mágica que só de pronunciar já dá o
play em tantas outras como: folia, bebedeira, música alta e "solteirice". Mas,
não se preocupe, a culpa não é totalmente sua.
Falou páscoa, é coelho e
chocolates. Falou dia dos namorados, é jantar romântico, corações e flores.
Falou fim de ano, é peru, champanhe e apresentar o namorado pra família. Depois
começa tudo de novo no carnaval...
A timeline do Facebook
lota de atualizações de status toda vez que chega um feriado (parece que é mais
fácil trocar o estado civil do que a cara de pau). Onde é que fica o botão de
pausa?
Não é o calendário que
decide se você vai estar sozinho ou acompanhado, não é a sociedade e seus
padrões comerciais que vão ditar como agir e se relacionar com as outras
pessoas. No entanto, você está aí, aberto a sugestões e aceitando tudo o que
transmitem na TV.
Experimente uma vez na
vida comprar uma roupa sem olhar a etiqueta, comer algo que não tenha a
embalagem colorida demais, cumprimentar alguém só por educação e andar de mãos
dadas sem fazer ciúme pro ex.
Não faça por interesse, não
prometa nada que não poderá cumprir. Não seja uma daquelas pessoas, que iludem tantas outras, só para ter companhia quando convém. Diga a verdade mesmo quando
qualquer mentira soar melhor. Leia um livro com mais de trezentas páginas e se
surpreenda com o final. Dê um basta no seu relacionamento de fachada e segure
firme aquele que te faz tão bem.
Uma vez me disseram: “Isso é fácil para você, com toda essa auto
confiança e pouca idade”. Mas não, não é fácil para mim ou qualquer outra
pessoa. Fácil é beber alguma coisa com álcool e achar que é o dono do mundo.
Fácil é prender alguém a você sem dar a mínima. Fácil é pular carnaval e
acordar com um estranho. Fácil é fazer burrada e varrer pra debaixo do tapete.
Fácil é apontar os defeitos do outro. Fácil é fazer alguém feliz por uma
semana. Quero ver quando a vida deixar de ser instantânea. Quando o momento
passar. Quando o arrependimento vier. Quando as máscaras caírem.
Quando você vai notar
que foi condenado a solidão porque atualizou o status tantas vezes, sem se
importar com os sentimentos alheios e as promessas quebradas, que já não confia em ninguém? Quero ver. Quero ver quando trocar o ritmo, se ainda saberá dançar.
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