Por um copo de cerveja e uma dose de Blumenau
08:51
Já dizia Rubens Braga: “os
jornais noticiam tudo, tudo, menos uma coisa tão banal de que ninguém se
lembra: a vida…”.
Por esse motivo sinto-me
tão responsável quando me sento frente as teclas. Escrever crônicas é como uma
garantia que a literatura e o hábito de ler não se perca. As pessoas estão tão
acostumadas com as péssimas notícias dadas de supetão que não se surpreendem
mais. Aprendi na faculdade de jornalismo a escrever notícias respondendo a
famosa série de perguntas “QQQPOC”, que para entenderem, é basicamente dizer
como tudo aconteceu já nas primeiras linhas do texto. Isso torna os jornais
ágeis facilitando a vida do leitor, mas por vezes, limitantes.
Acredito que mais do que
saber um apanhado de acontecimentos é preciso pensar, ler histórias e se
incomodar com elas, ou simplesmente, apreciá-las. Apreciá-las da forma mais
pura, com certo brilho nos olhos e certeza da saudade advinda. Assim me senti
quando visitei Blumenau.
Bem como Rubens Braga
também escreveu sobre certa vez que esteve em Blumenau, logo que se entra na
cidade é possível notar a bela paisagem. Diversas casas de telhados pontudos
estilo Enxaimel, popular da Alemanha. Por vezes agrupadas e com cortinas
brancas que as fazem parecer com um antigo quebra-cabeças de pecinhas de
madeira que tive quando criança (há lá um apego em coisas do passado que me
despertaram isso).
Mirando coisas, casas e
cenários, não pensei em nada que não fosse apenas apreciação e saudade. A
tranquilidade acolhedora não aparentava ser vantagem do momento, mas agora fora
de temporada, deixava ainda mais exclusiva a sensação.
Sem a correria dos carros, sem os acidentes no noticiário da
manhã, sem o clima quente e sem a fumaça cinzenta pelos céus. Com fábricas, é
claro. No entanto, fábricas e lojas que compõe a paisagem e fazem parte da
história do local como a Hering e a Havan. Tenho para mim que Blumenau é a
própria produção do bem estar acompanhado de cerveja para qualquer gosto, que é
claro, aprovei.
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