Trilogia Cinquenta tons de cinza volta aos cinemas em tons mais escuros
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Cinquenta tons de cinza. A trilogia que ganhou o mundo e, facilmente, o meu coração. Ainda me pergunto como E.L. James conseguiu me fazer
ficar agarrada a uma história por tanto tempo que terminou rápido demais e já
sinto saudades. Para minha alegria e também dos demais fãs, estamos próximos a
estreia de mais um filme inspirado na trilogia. Isso mesmo, eu disse inspirado.
Muita gente chega no cinema acreditando que vai encontrar tudo
aquilo que leu nos livros em cena, mas não é bem assim. Quem leu e foi com essa
expectativa acaba se frustrando e quem não leu, acaba totalmente perdido.
O filme não tem obrigação de seguir exatamente como o livro, mas é
claro que deve manter um certo respeito por tudo o que a autora criou com tanto
apreço. Enfim, comentários a parte, eu penso que se você não leu, deve ler.
Principalmente antes de assistir ao filme...
Logo após a estreia do primeiro filme em fevereiro de 2015, eu
escrevi ao jornal A voz do Povo uma breve resenha sobre o sucesso das
bilheterias, dois anos depois estamos prestes a presenciar um déjà vu, mesmo na
pré venda.
Mas, o que me fez realmente sentar à frente do computador foi a
história em si, bem como é contada nos livros. Acho uma injustiça quando as
pessoas falam que o livro só fala sobre sexo e que fez sucesso por isso.
Cinquenta tons de cinza é a história de Christian Grey, um homem
extremamente rico, bonito e sexy. Porém, engana-se quem para a análise por aí.
Isso porque as trilogias obviamente se completam e você só vai saber aos poucos
porque o menino que cresceu em berço de ouro pendeu para o lado “mal”.
Quem não quiser saber, que pare de ler por aqui. Christian Grey é
filho de uma prostituta viciada em drogas chamada Ella e passa a maior parte do
tempo sozinho trancado em um quarto. Quando não está sozinho, sofre queimaduras
pelos cigarros do cafetão de sua mãe. Aos quatro anos de idade, sua mãe comete
suicídio. Christian é obrigado a ficar com o corpo de Ella por quatro dias até
serem descobertos pela polícia.
Dra. Grace Trevelyan Grey é o nome da médica que atende Christian
no hospital após o grande trauma. Grace e seu marido Carrick Grey adotam o
menino, qual não falou até que o casal, que já tinha mais um filho adotado
chamado Elliot, adotarem mais uma menina, a extrovertida Mia.
Christian Grey ainda sofreu muito na escola, com crises violentas
e recorrência ao álcool. Essas oscilações de humor só tiveram pequenas mudanças
quando Elena Lincoln apresentou a ele o estilo de vida conhecido como BDSM
(Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão,
Sadismo e Masoquismo). Elena era bem mais velha que Christian e só deixou de
ser sua dominadora (isso mesmo, Christian Grey já foi um submisso) seis anos
depois, quando seu marido descobriu e a violentou.
Christian foi estudar Política e Economia em
Harvard. Elena e Christian ainda mantinham contato, ela emprestou-lhe dinheiro
para que começasse seu próprio negócio e daí surgiu a Grey Enterprises
Holdings, Inc.
Daí vocês podem ver que Christian não parou mais,
no mundo dos negócios e agora, como dominador. Acreditava que se tivesse tudo
sob o seu controle, não teria mais problemas em sua vida.
Entretanto, Anastácia Steele aparece e muda seus
planos. Anastácia se propõe a ajudar a amiga e estudante de
jornalismo, Katherine Sauvagnon, indo lugar dela para uma entrevista do jornal
da faculdade quando a mesma fica doente. Ao entrar no escritório de Grey, literalmente cai em seus braços, o que dá a ele a
impressão de que ela daria uma submissa perfeita. Mas, os planos viraram contra
ele.
Assim segue o que eu mais amo na trilogia: os
princípios. É sobre querer e realmente ser. Anastácia Steele é simples, pouco
vaidosa e de opinião (mesmo que um pouco tímida). Ela, poderia abrir mão de
seus princípios e se tornar uma submissa em troca de um punhado de dinheiro e
luxo. Acredito que existem muitas mulheres que o fariam. Mas, não. Ela se
mantém. Mesmo apaixonada por Christian ela fica firme em suas decisões,
voltando apenas por amor. E, que fique claro, que ambos concordam em ser mais
um pelo outro para que o relacionamento possa dar certo.
Ana se preocupa com os constantes pesadelos de
Christian, com sua hesitação em ser tocado e com toda aquela vontade que ele
demonstra sobre estar no controle e não demonstrar seus sentimentos. Mesmo com
os altos e baixos no humor de Christian ela consegue entendê-lo e assim,
mudá-lo. Mudá-lo de uma maneira que fez bem.
São vários os detalhes que fazem com que
Christian não seja o idiota dominador compulsivo e mesquinho que as pessoas
facilmente mentalizam antes de tentar compreender o seu universo. E.L. James
soube escolher bem as palavras e conquistar o público com um personagem diferente
e sem frases de efeito.
Estou ansiosa para ver a segunda parte dessa
emocionante história no cinema. No primeiro filme eu já havia lido os três
livros quando fui assistir e percebi a inquietação da sala quando a porta se
fechou.
- Não, o filme não terminou sem final-
pensei eu.
Agora me parte o coração saber que algumas
pessoas vão assistir o segundo e acreditar que o filme começou sem começo. Mas,
vou me conformar.
O que fica para mim (e
espero que para vocês também) sobre a história, é que nós não devemos ser pelos
outros o que não somos nem por nós mesmos e as oportunidades não devem ditar
quais serão os nossos planos. Amar alguém significa aceitar e lentamente esvair
suas cinquenta sombras.
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